Transgênicos, orgânicos e funcionais. Você sabe o que significam cada uma dessas classificações? O certo é que já foi comprovado por cientistas que somos o que comemos, e daí a importância de se saber como cada um desses tipos de alimentos agem no organismo humano. Antônio Gilberto Bertechini, zootecnista e professor da Universidade Federal de Lavras, foi o centro do Roda Viva no dia 9 de julho e falou sobre o assunto.
Os mitos da nutrição de aves para produção de carne e ovos e a relação da alimentação com a saúde foram o ponto central do debate. O mito do colesterol no ovo e a concentração de selênio nos alimentos e no soro humano também foram abordados.
O especialista destaca que a população consegue manter uma alimentação mais regrada nos dias de hoje e revela o aumento de cerca de 50% no consumo carnes. “Nós podemos dizer que o povo brasileiro vem se alimentando muito bem nos últimos 20 anos e de forma um pouco mais regrada em algumas áreas, mas desregradas em outras. Só para se ter uma ideia, há 20 anos atrás o brasileiro consumia de 15 a 16 kg de frango por ano. Hoje, o brasileiro está consumindo 47 kg”. O que resultou nesse aumento foi o maior poder aquisitivo da população, a mudança nos tipos de alimentos e da qualidade dos produtos oferecidos no mercado. “A nossas carnes são rastreadas, produzidas com alta tecnologia, de altíssima qualidade nutricional. Vemos como um todo uma redução da mortalidade e um aumento da longevidade do brasileiro”.
Mito ou verdade? O excesso de agrotóxicos que os frangos consomem podem transformá-los em um alimento cancerígeno? “Esse é um mito que consideramos um mito da ignorância, porque a qualidade de carne de frango brasileira é a melhor do mundo, pois se utiliza toda a rastreabilidade da produção”. Bertechini explica que o câncer é multifatorial, o que significa que não é causado por um tipo de carne consumida. Segundo o especialista, o animal é produzido com basicamente milho e farelo de soja. Mas ele ainda destaca que a qualidade do produto também decorre de um trabalho de melhoramento genético, interversão repudiada por especialistas naturalistas. O frango que antes da mutação genética continha cerca de 700gr de peito, uma quantia bem inferior aos 1,2 kg após a interversão.
O professor também revela que a história do hormônio na carne é um outro mito dos alimentos. “Não existe hormônio em carne de frango e não se usa o hormônio. E não é porque a avicultura é boazinha não, porque se funcionasse as indústrias usariam para acelerar mais o crescimento da ave. Mas não usam porque não funciona”.
Apresentado pelo jornalista Mario Sergio Conti, o Roda Viva contou, para esta edição, com uma bancada formada por André Murad (oncologista); Alexandre Mansur (editor de tecnologia e ciência da revista Época); Lúcia Helena de Oliveira (diretora do título Saúde e do Movimento Emagreça Brasil, da editora Abril); Tobias Ferraz (repórter agropecuário e âncora do canal Terraviva, do grupo Bandeirantes); Ana Maria Pita Lottenberg (nutricionista da disciplina de Endocrinologia da Faculdade de Medicina da USP). O Roda Viva também teve a participação do cartunista Paulo Caruso.
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